
“Transferências bancárias, áudios e conversas comprometem, vereadora Edna e esquema de rachadinha”.
Pensei: Que loucura!
Fui atrás para saber quem seria o autor da matéria. Torcendo para que não fosse de nenhum colega que trabalha no site e tenho o maior respeito.
Ufa! Ainda bem, era de autoria do jornalista e dono do site.
Que alívio!
"Romilson sendo Romilson", pensei.
Por outro lado, ela a "denúncia" fez com que eu voltasse a um dia de 2006, trabalhando na Folha do Estado.
Nunca esqueci daquele dia.
A então editora de política do jornal Folha do Estado queria repercutir com o então deputado estadual e hoje prefeito de Rondonópolis, Carlos Pátio, sobre uma ”denuncia” na coluna do Dourado. A mesma coluna de hoje.
Eu nunca tinha entrevistado o Pátio, mas conhecia sua posição política. E até porque nunca gostei de cobrir política ops as ações de políticos, mas sempre antenada com esse mundo e tenho minha opinião.
Esclarecendo: eu faço matéria política, sem cobrir assembleias e câmaras, quando escrevo, cobrindo outros setores, ao longo desses 38 anos de jornalismo.
Por isso, quando naquele fatídico dia vi a “denuncia” contra o Pátio fiquei com o pé atrás. Tentei argumentar com a tal editora de política, hoje professora da UFMT, dizendo que não iria fazer porque entendia que era justamente isso que o autor desejava. Planta uma suposta denuncia e os outros repercutem. Esquema velho na imprensa.
Não adiantou. Ela queria ir direto no Pátio com a seguinte pergunta: o que o senhor tem a dizer sobre essa denúncia do blog do Romilson? Que raiva.
E mesmo com tanta raiva fui na ALMT rezando para não o encontrar, mas encontrei e foi bom. Fiz uma entrevista legal sobre outras questões e para fechar fiz a pergunta que a editora queria resposta. Não vou nem publicar rsrsrsr a resposta, mas foi uma lição.
Voltando a manchete do site, hoje.
Poxa, no momento no qual se discute sobre as fake news, ainda tem profissionais que usam a REDE para confundir os leitores. A referida “noticia” serve como exemplo para mostrar como alguns textos são usados de maneira a confundir e não explicar.
Nesse caso MISTURAR verba indenizatória de gabinete com a PRÁTICA de rachadinha é querer confundir, mas não informar.
Qual o interesse de usar o termo RACHADINHA com VERBA INDENIZATÓRIA?
Só identifico um: empurrar a única vereadora negra, petista e que defende os vulneráveis para a vala comum da corrupção.
VERBA INDENIZATÓRIA são os recursos que o Poder Legislativo repassa para custear os trabalhos dos gabinetes parlamentares. Chama-se indenizatória porque é liberada após os gastos realizado. (Portal da Transparência).
RACHADINHA é crime. É corrupção caracterizada pelo repasse de parte dos salários de assessores para o parlamentar. (Politize e BBC)
O termo Rachadinha ficou ainda mais famosa com a descoberta que o inominável e filhos sempre foram useiros e vezeiros de rachar o salário dos seus assessores.
Que a vereadora consiga seguir na sua luta. Nós estamos aqui.
Por: Fátima Lessa, jornalista
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