Por: Neusa Baptista Pinto
A vereadora Edna Sampaio (PT) defendeu a realização do plebiscito para consultar a população da capital sobre a troca do modal VLT para BRT em Cuiabá.
Ela assinou, juntamente com a maioria absoluta dos vereadores, projeto de decreto legislativo proposto pelo vereador Dídimo Vovô (PSB) para a convocação de consulta pública via plebiscito, que foi tema de discussão na sessão dessa terça (25).
Vereadores da oposição, à exceção de Edna Sampaio, discordaram da realização da consulta e um dos argumentos contrários foram os gastos que isso demandaria. Para ela, essa justificativa não se sustenta e a discussão sobre o modal precisa envolver os usuários.
“Usar o argumento financeiro para impedir que a população opte por um modal o outro é pífio. O orçamento não é uma peça rígida, que não possa ser refeito para poder incluir uma ação como essa”.
“Essa Casa tem a obrigação de fazer o plebiscito, seja com recursos do orçamento da Casa, que pode sofrer alterações, conforme a própria legislação orçamentária estabelece, seja em parceria com o poder executivo. Não podemos impedir que a população possa opinar”.
Para ela, diante dos gastos vultosos já empregados na obra, o argumento financeiro para a não realizar a consulta é uma justificativa “vil”.
“Assim como vale a pena o pagamento de 25 vereadores para representar o povo trabalhador aqui, vale a pena também que esta Casa cumpra os seus preceitos legais que ouça a população por que é para isso que estamos aqui; esse argumento ‘dinheirista’ pode ser um argumento do Guedes, que faz política para meia dúzia de bilionários”, disse ela, referindo-se ao ministro da economia.
Ela lamentou que a discussão seja atrapalhada pela forma como o governo do estado conduz a questão, sem ouvir os demais entes e a população, desrespeitando a hierarquia entre os entes.
“Se o governador não consegue compreender que seu papel é articular a população do estado inteiro nos diferentes municípios, porque o governo não governa sem o povo e o povo vive nos municípios, ele deveria saber que, para qualquer ação do governo do Estado, deveria consultar os municípios”, disse ela.
“Ele não pode agir como se fosse um grande município sem ter com o que gastar o dinheiro e por isso faz caixa enquanto os municípios padecem, um caixa que poderia star sendo utilizado para o enfrentamento à Covid”.
A vereadora lembrou que o plebiscito é um instrumento constitucional de soberania popular. “Somos contra a soberania popular? Não queremos ouvir a população sob o argumento de que há uma guerra entre prefeito e governador? Não estou aqui como base do prefeito, nem do governador, mas para defender a classe trabalhadora”, disse. “Minha posição é de total autonomia”.
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