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Foto do escritorEquipe Edna Sampaio

Live vai debater doenças negligenciadas



Hanseníase, leishmaniose, malária, doença de chagas, dengue e tuberculose estão entre as chamadas “doenças negligenciadas”, que apresentam indicadores inaceitáveis e são alvo de investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e controle.


As políticas públicas para essas doenças serão tema de uma live nesta quarta-feira (18), às 19h30, em Cuiabá, a qual será transmitida à partir do gabinete da vereadora Edna Sampaio (PT) em sua página no Facebook (https://www.facebook.com/ednasampaiooficial).


A live é realizada pela parlamentar em parceria com o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e a Rede Hans Mato Grosso, associação que investe na formação de docentes e alunos.


Na mesa de debates, estará o militante e ativista do Morhan, João Victor Kersul de Carvalho, docente do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, Closeny Modesto, coordenadora da Rede Hans Mato Grosso.


Uma emenda de autoria de Edna Sampaio destinou R$ 500 mil à Secretaria Municipal de Saúde para a elaboração de políticas públicas de prevenção e combate a essas enfermidades, que passaram a receber ainda menos atenção do poder público diante da pandemia de Covid-19.


“Os pacientes ficaram, durante muito tempo, ao longo desta pandemia, desassistidos, por falta de médico, medicamentos e, neste sentido, acreditamos que é importante a alocação de recursos para o atendimento a estas pessoas. Quinhentos mil ainda é pouco, esperamos que o executivo invista mais”, disse ela.


Estudo em parceria entre a Universidade de Córdoba (Argentina) e a Universidade Federal de Uberlândia (MG) mostrou que, em 2020, houve no Brasil, aumento de 82,55% na taxa de mortalidade e queda de 29,3% na de internações por doenças negligenciadas. A pesquisa comparou dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS.


A hanseníase é a doença mais preocupante. Segundo Closeny, Mato Grosso é o primeiro do país em casos da enfermidade e o Brasil é o segundo no mundo, atrás apenas da Índia.


“É uma das doenças negligenciadas mais impactantes porque causa, diante de um diagnóstico tardio, sequelas mutilantes. Somos um estado hiperendêmico e temos um aumento do número de casos em crianças e adolescentes. Para cada criança ou adolescente doente, há dois ou mais adultos infectados. Para entender a magnitude dela como problema de saúde pública, basta dizer que somente 10% da população pode adoecer pela doença e, então, a grande incidência no estado e no país mostra o poder de infectibilidade deste bacilo”, disse ela.


A queda nos diagnósticos faz com que muitos portadores sequer tenham consciência de estarem infectados e com isso deixem de buscar tratamento. Faltam profissionais médicos e terapeutas capacitados, políticas públicas de acesso a atendimento social e a benefícios sociais e protocolos de atendimento, em um contexto de pacientes vulneráveis, expostos ao preconceito.


Também é preciso políticas de acesso ao mercado de trabalho para os pacientes, que lidam com as sequelas da doença, entre elas as fortes dores.


Daí a importância de divulgar informações e lutar por políticas públicas. “É importante essa aproximação com o legislativo, buscando fazer leis específicas, que contemplem melhor este direitos, façam com que as instituições de ensino formem melhor seus médicos, fisioterapeutas sobre a hanseníase e que haja maior engajamento da sociedade em torno do tema”, disse ela.


Queda nos diagnósticos


Segundo João Victor, em Mato Grosso, em 2020 foram diagnosticados 2.517 casos novos da doença, o que mostra decréscimo na detecção dos casos, que está ligada à redução dos serviços.


De acordo com ele, durante a pandemia, a OMS apontou uma redução de 50% nos diagnósticos, desabastecimento de medicamentos e interrupção na busca ativa de pacientes.


“A pandemia também trouxe impactos sobre o diagnóstico das doenças tropicais negligenciadas, que passaram a registrar aumento da mortalidade. Em 2020, houve um aumento de 82% nos diagnósticos de malária e também uma queda de internação. Segundo a OPAS, em 2020 os serviços de atendimento a tuberculosos também foram afetados, o que provocou a morte de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas no mundo e a OMS estima que 4,1 milhões de pessoas vivem com tuberculose hoje, se saberem disso”, alertou ele.


Pesquisadores atribuem esta realidade à diminuição da assistência aos pacientes observada nos últimos anos e apontam um retrocesso de 10 a 20 anos nas políticas públicas voltadas ao combate a estas enfermidades.


“O intuito de dar mais visibilidade às doenças negligenciadas é retomar o que foi perdido com a interrupção dos serviços na pandemia e para promover o engajamento da sociedade civil para impulsionar indicativos, recursos para melhorar e acelerar as ações que o governo pode realizar”.




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