Edna Sampaio realiza audiências sobre violência contra a mulher em Cuiabá e no interior
- Neusa Baptista
- há 19 horas
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A deputada Edna Sampaio (PT) promoverá audiências públicas para debater o elevado número de feminicídios no Estado. Os eventos serão realizados em Cuiabá (11 de setembro), Rondonópolis (15 de setembro) e Cáceres (18 de setembro).
Em 2024, o Brasil contabilizou 1.450 feminicídios, um número um pouco maior que o do ano anterior. Além disso, foram registrados mais de 71 mil casos de estupro, o que representa uma média de 196 ocorrências por dia.
No mesmo ano, Mato Grosso registrou a maior taxa proporcional de feminicídios do país pelo segundo ano consecutivo. De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 47 mulheres foram assassinadas no estado por motivação de gênero no ano passado. Isso representa uma taxa de 2,5 casos por 100 mil habitantes, a mais alta do Brasil.
As audiências contarão com a participação dos especialistas e de representantes de organizações de combate à violência contra mulher, instituições públicas e privadas e movimentos sociais.
De acordo com a deputada, durante o evento serão apresentados os números de feminicídio em Mato Grosso e discutida a importância da realização de uma CPI sobre feminicídio como uma estratégia para compreender o problema e buscar soluções integradas entre estado, organizações privadas e movimentos sociais. A audiência pública também visa discutir sobre a rede de proteção às mulheres no estado.
“Precisamos identificar onde estamos errando. Não é possível que, a cada ano, vendo a violência ascendente contra as mulheres, com mais e mais mulheres sendo assassinadas, nenhuma repercussão isso tem sobre o estado e suas instituições e a organização das políticas públicas do nosso território. Não é apenas Mato Grosso, são todos os entes federados que têm a responsabilidade de enfrentar a desigualdade no território. E não há desigualdade maior do que a desigualdade entre homens e mulheres", disse Edna.
Para ela, o discurso de ódio e antidemocrático, predominante na sociedade brasileira e reproduzido por autoridades políticas, está diretamente ligado ao aumento progressivo da violência contra a mulher. Essa correlação se intensificou desde a ascensão da extrema-direita no país e no mundo, pois tal ideologia distorce a percepção do homem comum, levando-o a crer que deve solucionar conflitos por meio da violência.
“Temos reproduzido e amplificado um discurso de ódio na sociedade, e as mulheres são as principais vítimas. O que ocorre em Mato Grosso é comparável a uma guerra, onde as primeiras a morrerem são as mulheres e as crianças. Precisamos abrir os espaços institucionais de poder para a presença daqueles que sempre estiveram ausentes. Não é possível construir um estado e políticas públicas eficazes na ausência de metade da população, que atualmente não está representada", ressaltou.
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