Famílias do MST acampam em frente ao INCRA para reivindicar moradia
Na última terça-feira, a vereadora Edna Sampaio recebeu em seu gabinete a coordenadora do MST Mato Grosso, Vanessa Ribeiro de Jesus, para que, juntas, discutissem os problemas enfrentados pelos sem-terra do Estado, como também a perseguição política que o grupo vem sofrendo.
Durante a plenária e a convite da Vereadora, Vanessa apresentou, no espaço da Tribuna Livre, o que é Abril Vermelho aos parlamentares, data de luta dos militantes do Movimento Sem Terra. “O Abril Vermelho traz à memória o Massacre de Eldorado de Carajás, em que vinte e dois companheiros foram assassinados por lutarem pelo direito à terra. Desde então, o Movimento realiza anualmente a Jornada de Luta em Defesa da Reforma Agrária. O lema deste ano é ‘Reforma Agrária: Contra a Fome e a Escravidão por Terra, Democracia e Meio Ambiente’”.
Em coletiva de imprensa, Vanessa salienta que famílias estão acampadas em frente ao INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, com o objetivo de conquistarem o direito à moradia e à terra aqui em Cuiabá.
Ainda na terça-feira, os militantes do MST distribuíram gratuitamente alimentos cultivados pelo Movimento. “Realizamos doação de alimentos no bairro Eldorado com produtos cultivados por nós sem fertilizantes, como abóbora, mandioca e quiabo. Esses produtos são realmente saudáveis e alimentam o povo cuiabano”, afirma Vanessa.
A Vereadora Edna Sampaio acredita que o Movimento impulsiona a economia local e contesta a criminalização que o grupo sofre recorrentemente. “O MST tem sido criminalizado aqui no Estado de Mato Grosso pela voz do próprio governador e por alguns colegas parlamentares, o que é lamentável. É inadmissível que, em um Estado tão rico, mais de 80% da propriedade são pertencentes a latifúndios, enquanto a agricultura familiar não possui apoio institucional e nem de políticas de crédito”.
Edna reprova toda a perseguição sofrida pelo Movimento e convida toda a população a conhecer o trabalho dos militantes. “Vocês vão ver trabalhadores empobrecidos, lutando pelo direito de ter um pedaço de terra para poder produzir e assim conseguir sustentar suas famílias”, afirma.
Como apoiador do movimento e estudioso sobre o tema, acredito que tem que reformular o movimento, adotando critérios, tanto para selecionar pessoas com vocação para o campo, quanto critérios para ocupação.