A vereadora Edna Sampaio (PT) recebeu, na noite desta quarta-feira (17), o diploma do mérito e a medalha comemorativa dos 100 anos da Academia Mato-grossense de Letras (AML), honraria oferecida a personalidades cuiabanas que contribuem para a cultura.
A entrega foi feita pela presidente da Casa, Sueli Batista, durante a 5ª edição do Sarau Literomusical 100+1, realizado pela AML em alusão ao dia 13 de maio, na Casa Barão de Melgaço.
Com o tema "Agbára - a potência e a força da raça negra" , o evento valorizou a cultura negra.
“Esta é uma Casa que tem a história de nosso povo, guardiã da nossa cultura, da nossa língua, da poesia e da literatura. Sinto-me extremamente honrada por receber esta homenagem, ainda mais na presença da escritora Luciene de Carvalho, uma grande inspiração para mim como a primeira mulher negra a ocupar este espaço”, disse a vereadora.
Segundo Sueli Batista, a medalha é voltada a pessoas que contribuíram com a cultura e com o desenvolvimento das instituições literárias e defendem políticas públicas de empoderamento das comunidades excluídas e dos escritores anônimos.
“Nesse momento em que a Casa está fazendo uma reverência aos povos negros, à cultura negra, à força e à potênia dessse povo e da mulher preta, nada mais justo do que a vereadora Edna receber essa homenagem”, disse ela.
Durante o evento, a parlamentar também recebeu da escritora Luciene de Carvalho o convite para apoiar o projeto de um núcleo de escrita criativa voltado a meninas negras da periferia, com o objetivo de potencializar sua autoestima e autoconfiança, valorizando a narrativa do povo negro.
"Precisamos estruturar a segurança de forma que eu não seja a única, mas apenas a primeira de muitas outras mulheres pretas a ocupar uma cadeira na AML, de várias outras que vão encontrar seus espaços e junto com o estar aqui dentro, trarão a narrativa do povo preto na escrita delas”, disse a escritora e poetisa Luciene de Carvalho
A escritora destacou o fato de Edna ser a única vereadora preta de Cuiabá e, portanto, a mais indicada para articular junto com a Academia o projeto.
“Edna é neste momento a mulher preta de melhor posição institucional, que instrumentaliza a oralidade da língua muito bem, que construiu o saber a partir da aquisição do conhecimento e do entrelaçamento deste conhecimento à sensibilidade para a arte”, salientou.
A vereadora se colocou à disposição e destacou a importância do segmento da literatura buscar o acesso aos recursos disponibilizados pelo governo federal por meio da Lei Paulo Gustavo 2, que tem sido objeto de discussão da Comissão de Cultura e Patrimônio Histórico da Câmara Municipal, presidida pela parlamentar.
“É uma ideia maravilhosa e nos colocamos completamente à disposição. Temos aí a lei Paulo Gustavo 2, cujos recursos são 70% para arte produzida pela via do audiovisual, mas nada impede que a Literatura se junte ao audiovisual para elaborar o projeto para este edital e, ao mesmo tempo, em contar com a parceria do governo do estado e municipal para que possamos desenvolver a literatura. As meninas negras periféricas têm muitas histórias para contar”, disse a vereadora.
Por: Neusa Baptista Pinto
Crédito da Foto: Victor Ostetti
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