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Edna realiza quarta aula de curso antirracista



A representação da população negra na literatura ao longo da história foi tema da última aula do curso “Formação antirracista: metodologia e base teórica para a elaboração de projetos”, realizado pela vereadora Edna Sampaio (PT) e que acontece desde o início de outubro.


Durante sua palestra, a pesquisadora Rosângela Cardoso, de Maringá (PR), destacou que o movimento de educação antirracista pode vir a partir da literatura.



Ela falou sobre a representaçao do negro na literatura brasileira, enfatizando que a literatura canônica traz uma subrepresentação do sujeito negro, objetificação e animalização, estereótipcos, apagamento identitário e intelectual.


Como reação a isso, surge a literatura negro brasileira, que representa a humanização do negro, seu desejo pela palavra, sua reprsnteação plural, visibilidade e desconstruao do mito da democracia racial.


“Não é possível falar de educação antirracista se nao se conhece, não se leu um intelectual negro, nao se conhece literatura negra, nao se dispoe a ler artigos qeu versam sobre isso ou o EStatuto da Igaldade racial. Precisamos desconstruir os discursos prontos, as frases feitas”, disse Rosângela.


Ela destacou a necessidade de pensar em métodos de trabalho educativo que contemplem a diversidade étnica e cultural e que a escola precisa ser um espaço plural e democrático.



“Para falar de educação antirracista, prcisamos falar do silêncio dos educadores, daqueles que compoem a escola. E não adianta pensar nessa proposta apenas no mês de novembro, ou no ‘dia do índio’. É preciso pensar nessa diversidade étnica e ver a escola como um lugar plural, múltiplo em que múltiplos personagens protagonizam. A escola só existe, de fato, ao ter essa percepção democrática”, disse Rosângela Cardoso.


“Precisamos como profissionais da educação, principalmente os que estão em sala de aula, treinar o olhar para o que o material didático está trazendo e de que forma isso está sendo trabalhado”, afirmou.


A aula contou também com a presença da coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas “Estamira Gomes de Souza” (Neabi Quilombo) e professora da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Priscila Scudder.


Em sua fala, ela enfatizou sua ancestralidade e os impactos da violência racista sobre a população negra nos espaços de poder e sobre sua identidade.


Edna Sampaio sugeriu que seja criado um grupo de estudo mensal sobre o combate ao racismo. Também voltou a defender a criação de uma rede de educadores antirracistas entre os presentes ao curso.



“Isso aqui é cura, é vida, é cuidado. A ideia deste curso não é a de educar os nossos opressores porque, obviamente, eles acham que saem de tudo. Este curso é para pessoas negras ou que se identifiquem com a nossa causa. Acredito em aliados, pois o racismo atravessa todas as pessoas, sejam negras ou não”, disse Edna.

“Não vamos vencer o racismo pela nossa vontade e nem com uma ação qualquer. Vamos ter que fazer o letramento dos nossos e esse curso é para isso. Para nós compreenderemos o racismo e evitaremos praticá-lo. Precisamos dialogar entre nós e encontrar a cura para o auto ódio”, afirmou a vereadora.



"Minha avaliação do curso é positiva, ele está trazendo novas perspectivas para mim, enquanto educador para a construção de uma educação antirracista na escola, oferecendo possibilidades concretas para essa construção", disse um dos inscritos, o professor Fabrício José Celso de Camargo.

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