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Foto do escritorEquipe Edna Sampaio

Edna participa de protesto contra morte de migrante negro





A vereadora Edna Sampaio (PT) participou na manhã deste sábado (5) do protesto pela morte brutal do migrante congolês Moïse Kabagambe e cobrar justiça para os responsáveis pelo espancamento que o vitimou, no último dia 24.


Em sua intervenção, ela destacou que casos de violência como este são apenas a face mais visível do racismo.


“O verdadeiro racismo, o estrutural, é a interdição cotidiana que as pessoas negras têm de acesso ao poder; é a compreensão da branquitude, que chegou primeiro, controlando o estado, e não abre espaço para nenhum negro entrar, ainda que esta branquitude faça o discurso de defesa do povo preto”.


“Precisamos deixar de ser ingênuos, entender a engenharia complexa que é o racismo. Não é a violência contra o Moise, que é a expressão mais brutal, bárbara do que pode o racimo,, mas vai continuar acontecendo se nós não percebermos a sutileza com que o racismo nos impede de ocupar o poder. E o poder é a única forma de impedir que mais Moises morram pelo racismo”, disse ela.


A vereadora ressaltou a importância de que a população negra ocupe os espaços de poder para que possa combater o racismo a partir da própria estrutura social.

E o quanto é preciso perceber que situações como a que ocorreu com congolês é parte de um racismo estrutural que vitima a toda a população negra, impedida de exercer a cidadania plena.



“Sempre fomos a escada para aqueles que querem subir no poder e exercê-lo contra nossos corpos. Está na hora de tomarmos consciência de que este não é um caso isolado, de que pode acontecer com qualquer um de nós; qualquer um de nós pode ser confundido ou considerado arrogante demais porque reivindicamos nossos direitos”, comentou.

Para ela, a mudança dessa realidade não acontecerá por meio de eleições, mas da organização política da classe trabalhadora, que é em sua maioria negra, e é importante que pessoas negras que ocupam espaços de fala discutam esse tema para que a violência não seja naturalizada.


“Temos essa responsabilidade. Não podemos achar que ela termina no ato, ou na nossa indignação. Temos uma tarefa pela frente, uma tarefa dura, que exigirá de nós dedicação a outras vidas e não apenas às nossas. Que nos exige um profundo sentido de humanidade e do que é o poder para o povo preto. Não o poder pessoal, da vaidade, mas o poder para impedir que mais casos como este aconteçam".

A vereadora rebateu as críticas de que concentra a sua pauta somente na questão da discriminação racial, apontando estas manifestações como sinais do racismo, que quer impedir o lugar de fala da mulher negra.


“Ser negro não é uma questão de nascer de pele escura, mas sim de consciência política e quando temos essa consciência, nossos corpos negros são corpos políticos, que ocupam espaços para tentar mudar uma realidade absolutamente cruel que só sabe quem é preto.


“Morrer pelo racismo é o máximo que este sistema racializado nos impõe, mas todos os dias essa sociedade racista mata a esperança de jovens, meninos, crianças que não podem sonhar em ser nada além de instrumento da violência, quando os soldados e perseguem seus irmãos negros, quando acham que são suspeitos todos os corpos negros", disse ela.

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