A Importância de uma Atuação Feminina Negra na Assembleia Legislativa de Mato Grosso
- Equipe Edna Sampaio
- há 3 dias
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Por muito tempo, os corredores do poder no Brasil, e em especial em estados como Mato Grosso, foram ocupados majoritariamente por homens, brancos e oriundos de uma elite política tradicional.
Essa configuração não é apenas uma coincidência histórica: ela reflete e reforça a estrutura excludente do racismo, do patriarcado e da desigualdade social que ainda marcam profundamente a política institucional brasileira. Diante desse cenário, a presença de uma mulher negra na Assembleia Legislativa de Mato Grosso é muito mais que representatividade simbólica. É uma quebra de paradigma. É a entrada da história viva de um povo que por séculos foi silenciado nos espaços de decisão.
Quando uma mulher negra fala, muitas vozes falam com ela
Edna Sampaio, servidora pública, vereadora cassada injustamente pela Câmara Municipal de Cuiabá em 2023, retorna ao parlamento estadual não apenas como primeira suplente do Partido dos Trabalhadores, mas como porta-voz de uma luta coletiva.
Sua trajetória não é marcada pela condescendência dos poderosos, mas pela coragem de enfrentar a violência política de gênero e raça de frente, mesmo quando isso custou seu mandato.
Edna carrega consigo a vivência das mulheres periféricas, o grito calado das vítimas de feminicídio, o direito negado à população LGBTQIA+, a urgência ambiental dos territórios indígenas e quilombolas, o desafio da educação pública e a resistência dos movimentos sociais. Sua atuação na Assembleia Legislativa inscreve no coração da política institucional o corpo negro feminino, que historicamente foi visto como alvo ou invisível, e nunca como sujeito do poder.
Porque não basta estar — é preciso disputar projeto de sociedade

A presença de Edna Sampaio não se resume à ocupação de um assento. Trata-se de construir um projeto de política que inclua os esquecidos, que reforce políticas públicas com base na equidade racial e de gênero, que denuncie o racismo ambiental, que lute contra a violência política que cala as mulheres e que proponha um Mato Grosso para todos, e não apenas para os mesmos de sempre.
Ao apresentar projetos como o Conselho Estadual LGBT+, ao atuar no combate ao feminicídio e à violência contra as mulheres, ao defender uma educação pública que valorize os servidores e a diversidade regional, Edna não está apenas representando: está reivindicando um novo modelo de política.
Porque quando uma mulher negra entra no parlamento, ela não entra sozinha. Entra com ela a memória dos que vieram antes, a esperança dos que ainda não puderam sonhar, e a urgência dos que não podem mais esperar. Edna Sampaio é presença, é projeto, é coragem que renasce.
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