Edna ocupa cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso
- Neusa Baptista
- 5 de ago.
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Atualizado: 6 de ago.

A ex-vereadora e suplente de deputada estadual, Edna Sampaio (PT), será empossada como titular na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na próxima quarta-feira (13). Ela permanecerá no cargo até outubro, reafirmando seu compromisso com as pautas das mulheres e da população excluída.
No primeiro mês, Edna ocupará a vaga do deputado Valdir Barranco e, no segundo mês, a do deputado Lúdio Cabral.
Edna anunciou que pretende levar para a Assembleia Legislativa o modelo de mandato participativo que já vinha desenvolvendo na Câmara Municipal. Para isso, tem realizado encontros com apoiadores e lideranças de movimentos populares, onde o combate ao feminicídio foi apontado como prioridade máxima para sua atuação parlamentar.
Mato Grosso lidera o ranking nacional de feminicídios, com 47 mulheres assassinadas em 2024 por motivo de gênero, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Além disso, há uma carência significativa de instrumentos eficazes para coleta de dados, especialmente os relacionados às mulheres negras.
A parlamentar do PT se compromete a propor uma audiência pública sobre o tema e a promover ações de conscientização durante o Agosto Lilás — mês dedicado ao enfrentamento da violência contra a mulher — com a intenção de ampliar a discussão para além dos números e estatísticas.
“Queremos abrir um debate sobre o papel do Estado na proteção da vida e segurança das mulheres. Enfrentamos uma sub-representação feminina nos espaços de poder e uma participação política insuficiente, questões que precisam ser debatidas profundamente. Minha própria experiência de violência sofrida na Câmara reflete a realidade de uma sociedade em que o poder é predominantemente masculino, e onde as pautas femininas não recebem a atenção que merecem”, afirmou Edna.
Ela também ressaltou: “O assassinato de mulheres é sempre um indicador crucial do nível de desenvolvimento cultural de qualquer sociedade”.

Outro tema urgente apontado pelos apoiadores foi a militarização das escolas, uma pauta que Edna já enfrentava durante seu mandato como vereadora. Segundo ela, essa medida, apresentada sob o pretexto de impor disciplina, afeta principalmente as populações pobres e negras.
“A militarização é uma estratégia de controle, de aniquilação da classe trabalhadora e de padronização dos corpos. Precisamos de uma educação libertadora, crítica e comprometida com a realidade do povo”, destacou.
Sobre seu futuro político, Edna esclareceu que ainda não existe uma decisão final da Justiça acerca da sua suposta inelegibilidade. Ela acompanha com confiança o andamento do processo e reafirma sua intenção de disputar as eleições de 2026.
“Acredito que poderei ser candidata. O que aconteceu comigo não vai se repetir. As instituições vão preservar o direito de uma mulher negra, servidora pública, mãe de família, que nunca cometeu delito algum, que não tem processo algum".', disse.
Edna reiterou ainda sua expectativa de que o Judiciário tome as providências necessárias em relação ao processo, que está parado desde a cassação de seu mandato.
“Meu mandato sempre foi popular, marcado pelo engajamento e compromisso com a população. Estamos lutando para que o Judiciário dê andamento e julgue o processo, garantindo meu direito de ser candidata. Esse direito não pode ser cassado simplesmente porque alguém quis me tirar da política”, afirmou.
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