A vereadora Edna Sampaio (PT) recebeu, na última sexta-feira (2), a nova diretoria da Associação das Travestis e Transsexuais de Mato Grosso (ASTRAMT), que tomou posse em dezembro do ano passado e está retomando a atuação da entidade.
Participaram a presidente da instituição, Josy Taylor, e as integrantes, Monalisa Costa, Adriana Liario e Lorrayne Kimberlly.

O objetivo é defender os direitos dessa parcela da população, que é vulnerável à exclusão e à violência de gênero.
Conforme a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), somente em 2022 foram registradas 151 mortes, das quais 131 assassinatos e 20 suicídios.
Relatório do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia, ligado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) mostrou um aumento de 35% no número de ocorrências envolvendo pessoas LGBTQIA+ em 2022, quando foram registrados 282 casos.

A ASTRAMT denunciou à vereadora as diversas situações de violência enfrentadas por esse público, entre elas a exploração sexual. Também reivindicou a criação de uma Casa de Acolhimento destinada a estas pessoas, e ajuda para requerer um imóvel para instalar a sede da instituição.
Outra realidade denunciada foi a exclusão social que atinge as travestis e mulheres trans em situação de rua e as encarceradas.
Também foi relatada a falta de acesso à qualificação profissional e a discriminação sofrida no mercado de trabalho formal, onde faltam vagas.

Edna Sampaio vai apoiar a regularização do CNPJ da entidade para permitir ao grupo acessar recursos e realizar projetos e fará uma reunião entre a entidade e a Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência para apresentar suas demandas de acesso a emprego, proteção social, geração de renda e outras.
A vereadora elogiou a organização e destacou a importância da união do público LGBT para o combate ao preconceito e à violência.
“A sociedade não sabe deste mundo. Não conhece, não tem a menor empatia também porque não conhece. Por isso, é tão importante a organização das mulheres trans e travestis. Ela permite que se possa falar por aquelas que nem conseguem falar, pois estão tentando sobreviver”, disse.
Josy Taylor disse estar muito feliz e confiante no sucesso da parceria com a parlamentar.
“A nossa demanda é muito grande, mas buscamos o principal, que é ter uma Casa de acolhimento para essas pessoas. Também trazemos a questão da saúde, que elas possam ter acesso a atendimento adequado. Hoje em dia, as meninas trans estão se cuidando por conta própria, principalmente no que diz respeito à hormonização e isso precisa de acompanhamento médico”, disse.
“Também é preciso promover o acesso à educação para que elas possam terminar seus estudos, o que é dificultado pelo fato de muitas serem expulsas de casa, violentadas. Estamos aqui para lutar para que elas possam continuar estudando”, afirmou.
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