A vereadora Edna Sampaio (PT) usou as redes sociais nesta terça (3) para comentar a denúncia feita pela esposa do vice-governador Otaviano Pivetta, a advogada Viviane Kawamoto, que o acusou de tê-la agredido durante uma viagem de férias a Santa Catarina.
Segundo laudo de corpo de delito, a agressão foi comprovada, conforme divulgou o jornalista Ricardo Noblat.
Nesta terça (3), ela divulgou que foi pressionada pela secretária de Comunicação do Estado, a jornalista Laice Souza, a gravar um vídeo desmentindo uma denúncia.
A vereadora contextualizou que, durante a pandemia, houve aumento nos índices de violência doméstica e que uma a cada quatro mulheres no país sofreu algum tipo de violência no ano passado.
Para a parlamentar, é o machismo que ainda faz com que o homem se sinta poderoso perante a mulher, podendo dispor de seu corpo, e a circunstância vivida por Viviane é comum.
“Uma situação absolutamente inaceitável. O caso se repetiu, como se repete todos os dias, um caso clássico de violência contra a mulher: ela faz a denúncia, depois é pressionada e retira”, comentou.
“E, no caso do vice-governador, um homem poderoso, do agronegócio, não bastasse a pressão sobre a mulher para que ela retirasse a queixa, usou um instrumento de comunicação do governo para fazer com que ela se retratasse”, comentou.
“Quanto mais poder o agressor tem, mais se sente à vontade para manipular o comportamento das mulheres, pressionar, agredir pela segunda vez. A agressão física e, depois, a agressão moral”, disse ela, destacando como a fala da vítima é desacreditada socialmente perante o poderio econômico do agressor.
Câmara
A vereadora citou também as denúncias contra o secretário da Câmara dos Vereadores de Cuiabá, Bolanger José de Almeida, que se demitiu do cargo depois de ser acusado de importunação sexual por servidoras do órgão.
“Foi preciso que duas servidoras, por serem concursadas e se sentirem seguras, fizessem um boletim de ocorrência contra o senhor Bolanger para que ele fosse demitido da Casa e fosse denunciada a prática de assédio sexual num espaço público. Isso é uma coisa inaceitável”, disse ela.
“A violência contra a mulher não tem classe social. Óbvio que as pobres, negras, sofrem muito mais e estão mais presentes nas estatísticas, mas a violência contra a mulher diz respeito ao poder que os homens, em uma sociedade machista, têm e como agem sobre os corpos das mulheres”, disse ela.
“E o que protege estes homens? Esta estrutura machista e patriarcal, que silencia as mulheres, quer pressioná-las para que não falem, mas as mulheres, felizmente, estão encontrando o caminho da denúncia e quero me colocar à disposição das que sofrem violência, nosso gabinete está aberto”, disse ela.
Confira o vídeo na íntegra: https://www.instagram.com/p/CSH4obQlb24/
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