
A vereadora Edna Sampaio (PT) realizou uma sessão solene, no dia 13 de julho (quarta-feira) para homenagear os 44 anos do Movimento Negro Unificado (MNU), uma das organizações mais antigas do movimento negro no país.
A ocasião marcou também a filiação da vereadora ao MNU, juntamente com dezenas de outras lideranças locais.
O evento contou com a presença da professora Iêda Leal, coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU); da ativista Leny Claudino de Souza, liderança do do Movimento Negro Unificado (MNU) e representante da Secretaria de Gênero Raça e Etnia do SINDISPREV-RJ,e Isabel Farias, da coordenação estadual do MNU em Cuiabá, que foram agraciadas com o título de cidadã cuiabana.

Também participou o líder do MNU e representante da Secretaria de Gênero Raça e Etnia do SINDISPREV-RJ, Osvaldo Sérgio Mendes, e lideranças de Mato Grosso: Nirda Rosa (Coordenação do MNU em Poconé); Rosalina Estadeus Mendes de Souza e Ivo Gregório (MNU em Cuiabá); Maria Patrícia de Souza (MNUem Chapada dos Guimarães); Elizeu Xumxum (Quilombo Urbano Capão do Negro, Várzea Grande); Maria Rosa (MNU de Pedra Preta), Priscila Scudder (MNU em Rondonópolis); Quezia Pereira (MNU em Campo Novo do Parecis) e Arlete Pereira (MNU em Nossa Senhora do Livramento).
Estiveram presentes, ainda, a secretária adjunta de Direitos Humanos de Cuiabá, Cristiane Fonseca, o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro, Indígena e de Fronteira (NUMDI-IFMT), Lucas Café, a coordenadora do Comitê Técnico de Saúde da População Negra, Nara Nascimento, e Rosana Pereira de Brito (Yialórisá Rosana de Omolu), representante dos Povos Tradicionais de Matriz Africana.

Como atrações culturais, o músico e militante do MNU, Igbonan Rocha, de Maceió (AL) e o grupo cultural “As meninas do Tacacá'', do bairro Canjica, em Cuiabá.
Entre @s nov@s filiad@s estavam as co-vereadoras do Mandato Coletivo, Laura Abreu e Tafnys Hadassa.
“É muito importante a representatividade, que é algo fundamental para que possamos nos reconhecer nos espaços que sempre foram historicamente negados para nós, mulheres e povo preto. Não é comum ver uma mulher negra , ou mesmo uma mulher, ocupar espaços de poder. Por isso, neste momento em que eu me assento aqui, tenho a oportunidade de trazer nosso povo para ocupar este espaço e, ainda que os representantes não estejam presentes, nós estamos para dizer que este espaço também nos pertence”, disse a vereadora Edna.
“Precisamos avançar na nossa representatividade, pois, se o poder é bom, nós, o povo preto e mulheres, também queremos poder e não queremos nos envergonhar disso. Temos muito orgulho de saber que estamos prontos para ocupar este espaço, com qualidade, decência, ética e compromisso com o povo que nós representamos”.
“Há uma palavra que eu gostaria de usar: gratidão, no sentido mais perfeito da vida que vivemos quando somos quilombolas e vivemos a palavra que representa a nossa ação: Ubuntu! Edna Sampaio, ousada. Essa Câmara Municipal e essa cidade precisam de mulheres assim, com esse recorte, essa sabedoria de fazer as coisas, juntar as pessoas , compreender as possibilidades da cidade”, disse ela.
Iêda Leal falou sobre a perseguição política que atinge as mulheres negras que têm a ousadia de ocupar espaços de poder, citando o exemplo da professora Priscila Scudder, de Rondonópolis, que foi interrompida e atacada quando proferia uma palestra no campus, durante evento promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por fazer críticas ao governo Bolsonaro.
“Todo sofrimento que todas as mulheres negras sofrem em todos os espaços é perseguição política e precisamos denunciar,” disse.
“Esse lugar em que a Edna está sentada tem que ser protegido por nós. Ela é uma mulher negra e todo o tempo as pessoas querem retirar o seu lugar. Quarenta e quatro anos de MNU significa derrotar o fascismo, a miséria, a fome, o fascismo está nas ruas nas redes. O povo negro, que compõe 56,% da população deste país, está aqui”, afirmou ela.
Leny Claudino citou a importância de estar presente ao ato de filiação da vereadora Edna Sampaio ao MNU, ao lado de diversas outras lideranças que se filiaram.

“Para nós, é uma coisa de imensa importância, de uma mulher que conseguiu romper a caixinha porque eles não nos querem aqui, principalmente nós, mulheres e negras, e a Edna consegue romper essa caixinha”, disse. “Quero falar explicitamente para a população que este plenário não pode estar vazio nas sessões de votação; a população precisa estar aqui para fazer pressão contra aqueles que querem nos tirar o mínimo”.
Na quinta-feira (14), Leny Claudino e sua comitiva estiveram no Quilombo Morro do Cambambi, em Chapada dos Guimarães, juntamente com a coordenação estadual do movimento e o Mandato Coletivo pela Vida e por Direitos.
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