A vereadora Edna Sampaio (PT) analisou o fato de a prefeitura estar abrindo cadastro para novos grupos etários para a vacinação contra a Covid-19 sem ter finalizado a imunização dos pacientes prioritários o que, para ela, está prejudicando a capacidade do município de aumentar seu percentual de imunização.
A prefeitura tem incluído novos grupos etários na fila para direcionar a eles as doses daqueles pacientes que agendam e não comparecem aos polos. Com isso, no último dia 29 de junho, foi aberto cadastro para pessoas entre 18 e 49 anos sem comorbidades.
“É um absurdo que nós tenhamos 12% apenas da população imunizada com a primeira e a segunda doses e pouco mais de 30% com a primeira dose, o que significa que nossa campanha de vacinação não atingiu o objetivo de imunizar aqueles que tinham maior vulnerabilicade”, disse ela.
Para a parlamentar, o modelo de descentralização adotado ainda conserva os polos em locais inacessíveis para moradores de bairros periféricos e conta com um sistema de cadastro que exige da população acesso à internet e domínio da tecnologia.
Também falta comunicação com a população para explicar a eficiência de todas as vacinas e um trabalho de busca ativa dos pacientes.
“Quem está se dando ao luxo de escolher a vacina não é, certamente, o povão que mora no bairro, que não tem acesso à internet, nem condições de gerar o QrCode e, então, não está indo se vacinar. Nossa taxa de imunização é muito baixa, é preciso que a secretaria de saúde recomponha as estratégias de vacinação”, disse ela.
“Não dá para falar em ‘xepa’, não dá para naturalizar o fato de vacinar pessoas que estão fora da faixa de prioridade, pois aí estamos legitimando o fura-fila; o fura-fila deixou de ser exceção e virou a regra”, afirmou.
Renda
A vereadora voltou a chamar a atenção para os impactos da pandemia sobre a renda, consequência do desemprego e do óbito de muitos provedores de família, e reiterou que a Câmara amplie a discussão com o executivo sobre essa política.
Na semana passada, ela pediu vistas de um PL de autoria do executivo que cria benefícios para idosos, voltados à compra de medicamentos, e para jovens, destinados a atividades de acesso à cultura, esporte e geração de emprego. O PL altera a lei 6.467, de 2019, que cria o programa municipal de transferência de renda.
Para a vereadora, o PL tem alcance limitado, pois é direcionado a grupos restritos a produtos e serviços específicos, além de não considerar o critério de renda para a concessão do benefício.
“Nós, do legislativo, precisamos protagonizar um diálogo com o executivo para que tenhamos um projeto de transferência de renda para as pessoas que precisam, para os mais pobres, subscrito por todos os vereadores", disse.
Comments