Ministro Silvio Almeida assina acordo para reparação histórica em favor das religiões de matriz africana.

Para promover a pesquisa de inquéritos policiais sobre apreensão de bens religiosos afro-brasileiros em terreiros de candomblé e umbanda no Rio de Janeiro, entre 1890 e 1946, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, assinou nesta segunda-feira (20) um Acordo de Cooperação Técnica em parceria com a Defensoria Pública da União (DPU) e o Museu da República.
Para mim é uma grande honra participar desse ato, é um privilégio estar vivo para presenciar um momento como esse. Só posso agradecer aos meus ancestrais que lutaram para que esse acontecimento fosse possível na medida em que eles também sofreram profundamente e foram vitimados por toda essa violência que agora se transforma em um símbolo de resistência - disse o Ministro.
Enfrentamento ao racismo religioso
O presidente do Museu da República, Mário Chagas, explicou que a iniciativa é um ato de reparação pelas perseguições sofridas pelas religiões de matriz africana. “É crime cultuar os orixás? Claro que não. Mas, por cultuar o sagrado, o povo de santo foi perseguido. Hoje estamos aqui para avançar nas práticas concretas de reparação”, salientou.
Já o defensor público-geral federal, Fernando Mauro Barbosa, apontou que o acordo servirá para elaborar dossiês e contribuir para o combate ao racismo religioso. “A DPU atua na defesa de quaisquer pessoas e grupos que sofrem qualquer tipo de perseguição ou intolerância religiosa”, ressaltou.
Comentários