
A vereadora Edna Sampaio visitou nesta sexta (1º) a Casa de Oxumaré, no bairro Ponte Nova, no município de Várzea Grande, onde esteve reunida com o Babalorixá Paulo de Oxumaré e os participantes da comunidade, fundada em 1997, para falar da agenda única que o mandato está discutindo com os movimentos para o mês de novembro.
Durante a reunião, que contou com a presença da coordenadora do Movimento Negro Unificado em Mato Grosso, Bel Farias, foi discutida a participação de Pai Paulo em uma mesa redonda que será promovida pelo MNU como parte da programação da agenda única para o mês de novembro, que está sendo construída pelo mandato em parceria com o movimento.
“O espaço institucional está totalmente hegemonizado, dominado por pessoas que renegam a nossa história. Precisamos trazer nossa pauta para este espaço institucional, as pessoas precisam saber que existimos com a reivindicação de sermos reconhecidos nas nossas expressões culturais, religiosas, nas oportunidades econômicas, somos maioria da população”, disse a vereadora.
Criado na região do bairro Cristo Rei e tendo vindo para Mato Grosso a partir de Santa Catarina, Paulo é filho de uma liderança religiosa, Sônia Silva, conhecida como Mãe Joana, e iniciou seu exercício sacerdotal há mais de 30 anos, tendo se sentido chamado ao candomblé, diferente da mãe, que era da umbanda.
Hoje a egbe (comunidade) que participa dos trabalhos da casa reúne 50 pessoas.
Membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Várzea Grande, ele ressalta a necessidade de maior engajamento da comunidade e envolvimento das instituições, que, em sua opinião, ainda não assistem às religiões de matriz africana como o fazem em relação a outros temas.

Os povos de matriz africana apontam a invisibilização das suas manifestações e sua pouca representatividade em espaços de decisão, a estigmatização e a exclusão, diante da disseminação de informações distorcidas e preconceituosas.
Sacerdote líder da cerimônia da Lavagem do Rosário, o Babalorixá lamenta que este seja o único evento dedicado às religiões africanas na capital.
“Não temos ainda esse interesse destas instituições em abraçar esta causa e lutar, por exemplo, para fazer, por exemplo, um censo das casas existentes, sabemos que há pelo menos 150 casas de candomblé e de umbanda, somente em Várzea Grande. E cada pontinho de terra onde tem um altar, deveria ser reconhecido, mapeado”, disse ele.
“Queremos trazer as expressões do movimento negro (na gastronomia, na dança, na religião), nossas ‘caras’ para Cuiabá para que vejam nossas expressões culturais”, disse a vereadora.
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