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“Deveríamos ter aqui maior representatividade de nosso povo”, diz Edna Sampaio



A vereadora Edna Sampaio (PT) levou, mais uma vez, para a Tribuna Livre da Câmara Municipal o tema “racismo”, por meio da participação do jornalista Márcio Camilo, descendente de quilombolas e estudante de mestrado, que narrou as dificuldades encontradas em sua trajetória para reconhecer-se como negro. Em um discurso emocionado, na tribuna da sessão ordinária desta quinta (18), a vereadora Edna Sampaio (PT) comentou sobre a falta de representatividade negra na política.


Ela falou sobre sua trajetória, e salientou as dificuldades que enfrentou e ainda enfrenta no cotidiano devido ao racismo nos diversos ambientes que frequenta e frequentou como professora, sindicalista e parlamentar, mesmo possuindo posição privilegiada, e que o fato de ser mulher e negra ainda a faz ser vista como ser “estranho” em diversos lugares.


“O racismo não é normal, não é natural, dói na gente e ser preto numa sociedade racista é algo extremamente difícil, porque não basta nascer com a pele preta, é preciso reconhecer-se como negro e isso significa, num primeiro momento, assumir a dor de viver em lugar que não é seu, que não te pertence, onde tudo o que você é e o que seu corpo expressa é negativo”, opinou ela.

Ela afirmou que “o racismo tritura as almas e adoece as mentes” e frisou o fato de, entre 25 vereadores, somente quatro se declararem negros, destacando a falta de acesso dos negros aso espaços de poder e a necessidade de maior representatividade.


“Deveríamos ter aqui maior representatividade de nosso povo. Não podemos achar natural que uma Casa que representa o povo cuiabano, uma população composta em 60% por pessoas pretas e pardas, conte com apenas quatro pessoas que se declaram negras representantes deste povo. Isso não é representatividade, é racismo. Isso não é democracia”, disse ela.

A fala da vereadora aconteceu após a realização da Tribuna Livre, com a participação do jornalista negro Márcio Camilo, descendente de quilombolas, que narrou um pouco de sua trajetória e das dificuldades encontradas para superar o preconceito.



A programação faz parte das ações da Agenda Kwanzaa, organizada pelo movimento negro e pela vereadora, que segue até 29 de novembro, com mesas redondas, feiras, rodas de conversa e outras atrações.


“É extremamente assustador pensar que, em Cuiabá, com 60% de maior ade pretos e pardos, em 300 anos, pela primeira vez ter um homem negro na presidência. Isso, por si só, já nos ensina sobre o racismo estrutural, como o racismo está permeando as instituições de maneira naturalizada; a Câmara simboliza muito isso”, disse Márcio Camilo.

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