A vereadora Edna Sampaio (PT) comentou, nesta quinta-feira (24) sobre as demissões em massa na pasta da Saúde, salientando a responsabilidade da Câmara e da prefeitura pela precarização dos serviços públicos, e defendendo a realização de concurso público.
Para a parlamentar, a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), que determinou que a prefeitura de Cuiabá demita todos os servidores comissionados que não estejam aprovados em processo seletivo na secretaria municipal de Saúde, impacta a toda a sociedade.
Câmara e Prefeitura precisam assumir sua responsabilidade sobre a situação, na medida em que se recusam a promover o fortalecimento do serviço público.
“Se esta Casa tivesse cumprindo seu papel, fiscalizando o poder executivo, solicitando (como eu pedi no ano passado ao prefeito em exercício, Roberto Stoppa, e também coloquei a esta Casa, que o executivo apresentasse um calendário de concursos públicos para prover as vagas de saúde), talvez tivéssemos como intervir para que esta situação não acontecesse", disse ela.
“Precisamos colocar a mão na consciência dos nobres pares, vereadores e vereadoras. Temos vereadores que, raramente, participam das sessões, mas deve ter até sala na secretaria de Saúde, uma sala dele, porque é sócio do poder executivo. Como é que vai exercer a função legislativa, que é de controle?”.
A vereadora disse que recebeu diversas reclamações de gestores das unidades de saúde, funcionários de carreira, que não conseguem organizar o serviço na ponta porque não são respeitados por subordinados que são indicados por vereadores. “O servidor público de carreira, nestes espaços, adoece, porque não consegue trabalhar. Como o usuário do
serviço vai ter acesso a ele, de fato?”, disse ela.
“Precisamos cumprir nosso papel de legislativo, não somos sócios do poder executivo. Não adianta vir aqui fazer discurso emocionado sobre a situação da saúde e mediar acordo de empresa de prestação de serviço na área da saúde, no qual o vereador, ou a pessoa que faz isso, tem vantagens pessoais”, disse ela.
“Vamos parar de hipocrisia, vamos ajudar o executivo a fazer uma boa gestão, cumprindo nosso papel enquanto vereadores e vereadoras e não como sócios do poder executivo e nem como oposição raivosa, que quer jogar pedra em tudo e em todos, não contem comigo para este tipo de postura”.
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