Por: Neusa Baptista Pinto
Assessoria de comunicação
A vereadora Edna Sampaio (PT) lamentou a rejeição do projeto de lei de sua autoria que estabelecia o pagamento de auxílio-aluguel para mulheres vítimas de violência.
A medida, que foi votada durante sessão ordinária desta quinta-feira (13), teve parecer negativo da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, o qual foi acompanhado pela maioria dos vereadores presentes e, com isso, a matéria segue para arquivo.
A proposta, que estava em tramitação na Câmara desde setembro do ano passado, concedia o benefício a mulheres atendidas por medida protetiva prevista na Lei Maria da Penha por um prazo de até 12 meses, prorrogáveis por igual período, e determinava também a oferta de assistência jurídica e psicossocial.
A vereadora argumentou que o município conta com a Casa de Amparo às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e com o Espaço de Acolhimento da Mulher, instalado junto ao Hospital Municipal de Cuiabá, mas que o albergamento não pode ser a única opção.
Apesar de se garantir todo auxílio necessário para reabilitação psicológica das vítimas, a medida acaba por tolher seu direito de ter um lar próprio, digno e independente do agressor.
“Quando uma mulher é vítima de violência e vai para lá, se interrompe todo seu ciclo familiar. A institucionalização é também uma forma de violência porque ela deixa sua casa, sua vida para viver prisioneira do medo num espaço institucionalizado”, salientou.
Para a parlamentar, está havendo interdição da atividade parlamentar, já que o projeto foi rejeitado sob o argumento - já contestado judicialmente - de que o legislativo não pode apresentar projeto de lei com previsão de despesas ao poder executivo.
Ela pretende reapresentar a proposta como emenda à Lei Orçamentária Anual (LOA).
“É como se a nossa ação tivesse que ser apenas aquela que é tão insignificante a ponto de nunca gerar despesas ao executivo. Mas tudo o que tem relevância custa dinheiro”, disse.
“Se tivéssemos incluído este projeto no orçamento municipal, ele já estaria previsto, teria recursos [...]. Já apresentei projetos de lei para o executivo, que foram ignorados, portanto não adianta apresentá-lo como anteprojeto de lei. É uma lástima que continuemos reprovando projetos importantes e aprovando propostas sem relevância”.
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