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Ação Sementes de Marielle é tema de Tribuna Livre



Ato público acontecerá nesta sexta em Cuiabá e em todo o país



Acontecerá nesta sexta (10), às 9 h, em Cuiabá, o ato público “Sementes de Marielle”, iniciativa local que reunirá coletivos de mulheres e parlamentares em torno da luta contra a violência política que atinge as mulheres negras no país.


A ação é parte de uma campanha nacional realizada pelo Instituto Marielle Franco (RJ), em parceria com coletivos de mulheres de todo o país.


Em Cuiabá, estarão participando a vereadora Edna Sampaio e a deputada federal Professora Rosa Neide, ambas do PT, além de lideranças de coletivos de defesa das mulheres e da população negra.


A ação tem como elementos o uso de lenços e cartazes com a palavra de ordem “Não seremos interrompidas” e com mensagens de mulheres e mulheres trans negras eleitas em todo o país, as quais têm sido vítimas de violência.


Em Cuiabá, a programação acontecerá em frente à prefeitura municipal, à partir das 9 horas, com exposição de quadros da arte-educadora Cristina Soares e da estudante Julia Beatriz, do Projeto Simbiose e declamação da escritora Luciene de Carvalho sobre o poema “Canção Noturna para Marielle”, composto por ela em homenagem à parlamentar.


A obra integra o livro “Na pele”, que será doado pela artista ao Instituto Marielle Franco. Haverá também intervenções culturais, entre elas a que será feita pela professora Silviane Ramos Lopes, em homenagem à líder negra Tereza de Benguela.


Violência política


A violência política contra mulheres negras foi tema da Tribuna Livre na Câmara Municipal de Cuiabá nesta quinta-feira (9), por iniciativa da vereadora Edna Sampaio (PT), com a presença da pesquisadora Dejenana Campos, que tratou do tema “O combate à violência política de gênero e raça e a Ação da Rede de Sementes de Marielle em Mato Grosso”.


“A recorrência e o crescimento dos casos de violência política contra as mulheres expõe uma grave fissura na democracia brasileira. A violência política de gênero mata, destrói e inviabiliza uma sociedade democrática, plural, diversa, à medida em que afasta e amedronta mulheres que se sentem vocacionadas à política, mas que não querem migrar para o campo da estatística de abuso e violação”, disse ela. “Essa questão precisa, portanto, ser considerada em toda a sua complexidade, precisamos combatê-la de modo estrutural”, disse Dejenana.


As mulheres autodeclaradas negras representam 27% da população, mas estão presentes em apenas 3,9% das prefeituras, 6,3% das Câmara municipais, 2% do Congresso Nacional e 1% na Câmara Federal.


Nesta quinta também foi lançado pelo Instituto Marielle a pesquisa Violência Política de Gênero e Raça no Brasil 2021, um retrato aprofundado e detalhado sobre a democracia brasileira e os direitos políticos das mulheres negras no Brasil.


Trata-se da segunda edição da pesquisa, que conta com os relatos de 11 mulheres negras e LGBTQIA+, que são parlamentares eleitas, entre elas a vereadora Mazeh Silva, de Cáceres.


Segundo a pesquisa, 98,5% das candidatas sofreu violência virtual (78%), moral ou psicológica (62%) e institucional (53%).


A violência institucional se manifesta contra 55% das mulheres negras, que sofreram situações como o recebimento de menor volume de recursos, e o fato de serem intimidadas a aceitar decisões partidárias para desistir da candidatura (30%) e violência racial (44%).


“Aqui nesse plenário, há muitos homens que defendem as mulheres. No entanto, muitos se dizem defensores, mas são os próprios violadores e violentos em relação à presença das mulheres nesta Casa. Fui vítima aqui várias vezes de violência de gênero e, como Marielle, não serei interrompida. Como Marielle, sou uma mulher negra de resistência, e que, portanto, ocupa com autoridade este parlamento”, disse a vereadora Edna Sampaio.

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